SOBRE A CONSTITUIÇÃO DE UMA “LINHA METÁLICA”

TEXTO-OBRA DE LISLAINE SIRSI CANSI

Artista-professora, mestra em Artes Visuais (PPGAV – UFPel), doutoranda em Educação (PPGE – UFPel). Aprecia uma boa conversa paralela, cactos e suculentas, faz encadernação belga.

RESUMO

Busca-se neste texto, sob a forma de “rizoma”, apresentar a proposição artística #projeto365, percebida como a constituição de uma “linha metálica” e alimentada por meio de “preensões”, “coisas-objetos” que apreendem o olhar. Para isso, faz-se uso da linguagem da fotografia e, como suporte, da rede social Instagram.

Revista Arte ConTexto

REFLEXÃO EM ARTE
ISSN 2318-5538
V.5, Nº14, JUL., ANO 2018
PENSAMENTO E AÇÃO DE SUBSISTÊNCIA

Foi nesse contexto que considerei #olharparaodetalhe a partir de minhas “coisas-objetos”1

e pensei por meio de certo #olhardeartista.

Refiro-me, guiada por Deleuze (1991), a uma “preensão”.

“Estou à espreita” há mais de 200 dias.

Ao “apreender” o meu #olhar #olhardeartista #olharparaodetalhe,

fotografo.

Fotografo e insiro essas #coisas fotografadas no mundo da rede social chamada Instagram.

Não sou fotógrafa. Utilizo a fotografia como “testemunha ocular”, já que ela se ocupa de ser “evidência histórica” (BURKE, 2017) de meu dia. Minha proposição artística concerne a uma “preensão” e #onephotoperday durante 365 dias, inaugurada na referida segunda-feira, dia 04 de setembro.

No Instagram, intitulo a “preensão”, indico que se trata do #projeto365, registro o seu número e o horário ao qual foi percebida2.

A seguir, fragmentos de minha “linha metálica”.

Assim me despeço tendo um teto mais meu.

Notas de Rodapé

1 Palavra-proposição da professora Drª Renata Azevedo Requião (PPGAV – UFPel).

2 Características desveladas durante o processo da proposição artística.

Lista de Imagens

1 Lislaine Cansi, Companhia cor-de-rosa para o Xian, 2017, fotografia. Primeira preensão: contraste entre a eternidade de Xian e a sutileza efêmera das flores.

2 Lislaine Cansi, Rastro interveniente, 2018, fotografia, #218, #15h17.

3 Lislaine Cansi, Modus Operandi, 2018, fotografia. #228 #15h41.

4 Lislaine Cansi. Continuidade, fotografia, 2018, #214 #8h05.

5 Lislaine Cansi, Espelho, 2018, fotografia, #214 #21h59.

6 Lislaine Cansi, O cheio e o vazio, 2017, fotografia, #39 #13h03.

7 Lislaine Cansi, Inclusão, 2017, fotografia, #10 #19h30.

Referência Bibliográfica

BARTHES, Roland. O Prazer do Texto. São Paulo: Editora Perspectiva, 1987.

BOUTANG, P.-A. O Abecedário de Gilles Deleuze. Entrevistas feitas com Gilles Deleuze por Claire Parnet e filmadas nos anos 1988-1989. Montpamasse, 1997. (vídeo). Online. Transcrição completa do vídeo disponível em: http://stoa.usp.br/prodsubjeduc/files/262/1015/Abecedario+G.+Deleuze.pdf Acesso em: 05 jan. 2015.

BURKE, Peter. Testemunha ocular. São Paulo: Editora Unesp, 2017.

DELEUZE, Gilles. A Dobra: Leibniz e o Barroco. Tradução de Luiz Orlandi. Campinas: Papirus Editora, 1991.

______; GUATTARI, Félix. O que é a filosofia? Tradução de Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Muñoz. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais Ltda, 1990.

LISPECTOR, Clarice. Todos os cantos. Rio de Janeiro: Rocco, 2016.

PRADO, Adélia. Bagagem. São Paulo: Siciliano, 1993.

WOOLF, Virginia. Um teto todo seu. São Paulo: Tordesilhas, 2014.