PEQUENO TERRITÓRIO, 2021
DOCUMENTO DE TRABALHO Renata Requião
Professora, orientadora, pesquisadora PPG-Artes Visuais, UFPel; atuo nos cursos de Artes Visuais, Arquitetura e Urbanismo e Antropologia; atuei nos cursos de Letras e Jornalismo. Mestre, Doutora, Pós-doutora em Letras/Literatura/Poesia & Artes Visuais Contemporâneas no Brasil. Leio, escrevo, faço esboços, anoto. Gasto longas horas preparando o jardim. Gostaria de assinar alguns trabalhos como Pilar Azevedo.
Me chamam Renata Azevedo Requião. Nasci em Pelotas, RS, num setembro dos anos 60. Vivo na praia do Laranjal desde 2001. Aqui, venho construindo um longo e intensivo projeto, minha ]cas’arvore[. Primeiro uma pequena edificação, cuja arquitetura lembra casinhas de secagem de fumo (um silo, uma igreja). Foi construída seguindo “princípios pássaros”: no esforço de meu próprio corpo, recolhendo coisas-objetos. Afetivo e patrimonial, é um lugar entre “civil e vegetal”. Nele busco ter “experiências capazes de me garantir abrigo”. Na ]cas’arvore[, estudo, leio, penso; me invento em conversas fraternas e fugazes, em torno de questões relevantes para a construção da “vida civil” (a vida em comum, a vivida entre os homens).
Da leitura de textos literários, projetava “objetos-ambientes com luz e som”. Eu os construía com amigos, resultado de longas e intermitentes conversas (na versão caseira do “falanstério fraternal” de Roland Barthes, no desejo da “vida civil”). Com a pandemia, e com amigos a distância, passei a produzir vídeo-ensaios críticos, forma visual-discursiva possível nestes tempos de isolamento.
Revista Arte ConTexto
REFLEXÃO EM ARTE
ISSN 2318-5538
V.7, Nº17, MAR., ANO 2022
TRABALHO EM ARTE E CUIDADO
Texto de apresentação
Na ]cas’arvore[, escrevo poemas e pequenos contos poéticos (prática de origem imemorial em mim) – minha mais intensa produção. Em folhas A4 soltas e em cadernos sem linhas, preparava por escrito minhas aulas. Até a pandemia nos comer vivos, antecipava em casa a experiência coletiva da “conversalhada a cuspe e giz”, registrada no quadro negro.
Desde maio de 2020 – tendo começado as escavações em abril de 2018 – pude criar outro espaço para isso, ao qual chamo “corredor azul”. Agora, as aulas a distância acontecem no “corredor azul” da ]cas’arvore[, numa floresta próxima a uma praia, o que é um alento.
Com movimentos reais (mais que projetos), fui me envolvendo com uma antiga noção de arquitetura, aproximada das experiências espaciais de habitabilidade, hospedagem, hospitalidade. A casa como um lugar de segurança e de cura, afinal. Venho apostando, nos últimos anos, na perspectiva artístico-existencial do que nomeio o “ateliê de si”. A vida ganha sentido quando descobrimos nosso lugar.
Crédito da montagem da imagem: designer José Paulo Portela.
PEQUENO TERRITÓRIO, 2021
DOCUMENTO DE TRABALHO Renata Requião
Professora, orientadora, pesquisadora PPG-Artes Visuais, UFPel; atuo nos cursos de Artes Visuais, Arquitetura e Urbanismo e Antropologia; atuei nos cursos de Letras e Jornalismo. Mestre, Doutora, Pós-doutora em Letras/Literatura/Poesia & Artes Visuais Contemporâneas no Brasil. Leio, escrevo, faço esboços, anoto. Gasto longas horas preparando o jardim. Gostaria de assinar alguns trabalhos como Pilar Azevedo.
Me chamam Renata Azevedo Requião. Nasci em Pelotas, RS, num setembro dos anos 60. Vivo na praia do Laranjal desde 2001. Aqui, venho construindo um longo e intensivo projeto, minha ]cas’arvore[. Primeiro uma pequena edificação, cuja arquitetura lembra casinhas de secagem de fumo (um silo, uma igreja). Foi construída seguindo “princípios pássaros”: no esforço de meu próprio corpo, recolhendo coisas-objetos. Afetivo e patrimonial, é um lugar entre “civil e vegetal”. Nele busco ter “experiências capazes de me garantir abrigo”. Na ]cas’arvore[, estudo, leio, penso; me invento em conversas fraternas e fugazes, em torno de questões relevantes para a construção da “vida civil” (a vida em comum, a vivida entre os homens).
Da leitura de textos literários, projetava “objetos-ambientes com luz e som”. Eu os construía com amigos, resultado de longas e intermitentes conversas (na versão caseira do “falanstério fraternal” de Roland Barthes, no desejo da “vida civil”). Com a pandemia, e com amigos a distância, passei a produzir vídeo-ensaios críticos, forma visual-discursiva possível nestes tempos de isolamento.
Revista Arte ConTexto
REFLEXÃO EM ARTE
ISSN 2318-5538
V.7, Nº17, MAR., ANO 2022
TRABALHO EM ARTE E CUIDADO
Texto de apresentação
Na ]cas’arvore[, escrevo poemas e pequenos contos poéticos (prática de origem imemorial em mim) – minha mais intensa produção. Em folhas A4 soltas e em cadernos sem linhas, preparava por escrito minhas aulas. Até a pandemia nos comer vivos, antecipava em casa a experiência coletiva da “conversalhada a cuspe e giz”, registrada no quadro negro.
Desde maio de 2020 – tendo começado as escavações em abril de 2018 – pude criar outro espaço para isso, ao qual chamo “corredor azul”. Agora, as aulas a distância acontecem no “corredor azul” da ]cas’arvore[, numa floresta próxima a uma praia, o que é um alento.
Com movimentos reais (mais que projetos), fui me envolvendo com uma antiga noção de arquitetura, aproximada das experiências espaciais de habitabilidade, hospedagem, hospitalidade. A casa como um lugar de segurança e de cura, afinal. Venho apostando, nos últimos anos, na perspectiva artístico-existencial do que nomeio o “ateliê de si”. A vida ganha sentido quando descobrimos nosso lugar.
Crédito da montagem da imagem: designer José Paulo Portela.