O FIM ESTÁ PRÓXIMO
VÍDEO Eckxs Camões Cunha
Fruto das terras misteriosas e das encruzilhadas do interior da Bahia, nasceu em Feira de Santana em 25 de outubro de 1999. Durante suas performances, já dançou em cima de pregos em ação realizada num sarau na Universidade Estadual de Feira de Santana (2018) e já os engoliu em outra ação; retirou sangue do próprio corpo com seringas no videoarte “EU” (2019), e até já queimou duas mãos inteiras em ação no documentário “SINTA-SE” (2018). Em uma performance, realizada em 2019, na qual fazia crítica ao funcionamento das polícias no Brasil, esteve em frente a uma delegacia com um cartaz escrito “Eu não tenho medo de ninguém”, além de ter ficado em pé, imóvel, sem comer ou beber água, na frente de um espelho por três (3) dias, no mesmo ano.
Quando eu comecei a conhecer performances, encontrei a liberdade total, algo que me completou e abriu um vazio, uma sede de criar e de me reinventar. Na universidade, participei de um grupo de criação, um laboratório de performance que foi algo que marcou minha passagem por lá, pois aprofundei o estudo do método de Pina.
Grande parte do meu trabalho consiste em fazer o público se tornar um elemento participante da performance e é aí que está o poder de transformação, afinal a performance é, antes de tudo, um processo de TransformAÇÃO.
Outro impacto foi me descobrir uma pessoa trans não-binária. Então, passei também a criar uma estética com meu corpo num espaço de afeto onde ele pudesse reexistir e coexistir.
Revista Arte ConTexto
REFLEXÃO EM ARTE
ISSN 2318-5538
V.7, Nº18, MAR., ANO 2023
ACESSO À CULTURA
Arte em todas suas formas sempre proporciona grandes reflexões. Quando pensamos sobre o fim, o que vem a nossa mente? Qual a nossa relação entre o fim e o mercado de produção? O sistema do capital cria inúmeras formas para a arte, até determinando quem tem ou não o acesso aos espaços de produção e compartilhamento do fazer artístico. Estamos numa sociedade em que, por vezes, as concepções de arte erudita e de arte enquanto obra fruto de revisão e aprimoramento ainda são prestigiados. Dentro dessa impossibilidade, quando que a arte de rua tem espaço? A arte que é feita em lugares insalubres e que se utiliza da estética do precário. Quando o fim se aproxima é também, num contexto artístico, o fim da arte que está a serviço da elite, a arte da contemplação. No fim, tudo pode ser reaproveitado. É urgente na sociedade do consumo (BAUMAN, 2008) repensar todas as relações que são criadas, o lixo é uma matéria prima para a arte, grandes reflexões surgem sempre de pequenos gestos e pequenos gestos têm um poder incomparável de democratizar o acesso.
Referências Bibliográficas
BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: A transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.
Lista de Imagens
Capa Artista com capa de chuva amarela e botas pretas segura uma placa de madeira, onde está pintado com tinta branca O FIM ESTÁ PRÓXIMO, enquanto ao seu redor há várias ruas com e um grande semáforo, além de uma prefeitura com estrutura de um casarão antigo. ECKXS, O Fim Está Próximo, 2022, Performance em foto, 1920 x 1060, Portfólio.
1 Placa de madeira no chão com a frase O FIM ESTÁ PRÓXIMO. Acompanham a imagem: sacolas plásticas, caixas de frutas, frutas estragadas, garrafas pet, caixa de cigarro, ponta de cigarro, casca de banana. ECKXS, O Fim Está Próximo, 2022, Performance em foto, 3996 x 2248.
O FIM ESTÁ PRÓXIMO
VÍDEO Eckxs Camões Cunha
Fruto das terras misteriosas e das encruzilhadas do interior da Bahia, nasceu em Feira de Santana em 25 de outubro de 1999. Durante suas performances, já dançou em cima de pregos em ação realizada num sarau na Universidade Estadual de Feira de Santana (2018) e já os engoliu em outra ação; retirou sangue do próprio corpo com seringas no videoarte “EU” (2019), e até já queimou duas mãos inteiras em ação no documentário “SINTA-SE” (2018). Em uma performance, realizada em 2019, na qual fazia crítica ao funcionamento das polícias no Brasil, esteve em frente a uma delegacia com um cartaz escrito “Eu não tenho medo de ninguém”, além de ter ficado em pé, imóvel, sem comer ou beber água, na frente de um espelho por três (3) dias, no mesmo ano.
Quando eu comecei a conhecer performances, encontrei a liberdade total, algo que me completou e abriu um vazio, uma sede de criar e de me reinventar. Na universidade, participei de um grupo de criação, um laboratório de performance que foi algo que marcou minha passagem por lá, pois aprofundei o estudo do método de Pina.
Grande parte do meu trabalho consiste em fazer o público se tornar um elemento participante da performance e é aí que está o poder de transformação, afinal a performance é, antes de tudo, um processo de TransformAÇÃO.
Outro impacto foi me descobrir uma pessoa trans não-binária. Então, passei também a criar uma estética com meu corpo num espaço de afeto onde ele pudesse reexistir e coexistir.
Revista Arte ConTexto
REFLEXÃO EM ARTE
ISSN 2318-5538
V.7, Nº18, MAR., ANO 2023
ACESSO À CULTURA
Arte em todas suas formas sempre proporciona grandes reflexões. Quando pensamos sobre o fim, o que vem a nossa mente? Qual a nossa relação entre o fim e o mercado de produção? O sistema do capital cria inúmeras formas para a arte, até determinando quem tem ou não o acesso aos espaços de produção e compartilhamento do fazer artístico. Estamos numa sociedade em que, por vezes, as concepções de arte erudita e de arte enquanto obra fruto de revisão e aprimoramento ainda são prestigiados. Dentro dessa impossibilidade, quando que a arte de rua tem espaço? A arte que é feita em lugares insalubres e que se utiliza da estética do precário. Quando o fim se aproxima é também, num contexto artístico, o fim da arte que está a serviço da elite, a arte da contemplação. No fim, tudo pode ser reaproveitado. É urgente na sociedade do consumo (BAUMAN, 2008) repensar todas as relações que são criadas, o lixo é uma matéria prima para a arte, grandes reflexões surgem sempre de pequenos gestos e pequenos gestos têm um poder incomparável de democratizar o acesso.
Referências Bibliográficas
BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: A transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.
Lista de Imagens
Capa Artista com capa de chuva amarela e botas pretas segura uma placa de madeira, onde está pintado com tinta branca O FIM ESTÁ PRÓXIMO, enquanto ao seu redor há várias ruas com e um grande semáforo, além de uma prefeitura com estrutura de um casarão antigo. ECKXS, O Fim Está Próximo, 2022, Performance em foto, 1920 x 1060, Portfólio.
1 Placa de madeira no chão com a frase O FIM ESTÁ PRÓXIMO. Acompanham a imagem: sacolas plásticas, caixas de frutas, frutas estragadas, garrafas pet, caixa de cigarro, ponta de cigarro, casca de banana. ECKXS, O Fim Está Próximo, 2022, Performance em foto, 3996 x 2248.