PENSAMENTO E AÇÃO DE SUBSISTÊNCIA

Os muros delimitantes entre as áreas e os pensamentos desmantelam-se cada vez mais. Sem toda aquela autonomia duramente conquistada, o campo da arte se figura como colagem (não mais aquela colagem que questionou a espacialidade modernista), mas uma colagem cognitiva, uma fragmentação constituída pela heterogeneidade de saberes que marcam os dias de hoje. Junto com a contaminação das esferas do conhecimento, alterou-se também suas estratégias e mecanismos. O fluxo da constante readequação tornou-se movimento de subsistência (ou de sobrevivência), seja na busca pela atualização conceitual, seja na interrogação existencial e pragmática. Manter qualquer esforço ou iniciativa de prática artística nos exige adaptação e, assim, buscamos por estados de existência minimamente contínuos. Mas como subsistir? Como respirar e se manter vivo em tempos de apagamentos de incentivos e desvalorizações absolutas? Como compreender e intervir nas estruturas sistêmicas e nas negociações já dadas e encontrar espaço para a ação? Se o público fundiu com o privado, se a marginalidade institucionalizou-se e se a política pública se despede nos deixando com as forças do mercado, onde residem os interstícios?

Nesta edição, a revista Arte ConTexto buscou reunir ensaios e comentários que evidenciassem essa diluição das esferas do campo artístico, bem como apresentar produções, proposições e reflexões que estejam gerando novas maneiras de existir e de questionar esse sistema.

REVISTA ARTE CONTEXTO

REFLEXÃO EM ARTE
ISSN 2318-5538
V.5, Nº14, JUL., ANO 2018
PENSAMENTO E AÇÃO DE SUBSISTÊNCIA

Citações

É necessário avisar o presente leitor de alguns tópicos antes de adentrar no objeto em si. Se é que haverá um leitor, questão essa com a qual ocasionalmente me deparo; será que o que escrevo encontrará um leitor? Eu digo eu. Eu percebo minha atitude pessoal. Eu temo o anonimato. Eu escrevo. Eu faço uso da palavra.

É NECESSÁRIO AVISAR O PRESENTE LEITOR

Agrippina R. Manhattan