VERBETES DA ARTE
Onde reside maior vigor: no universo extensivo e abundante da produção artística, com toda sua significação imanente, ou na fortuna crítica que sobre ela se desdobra, adensando seu sentido e revisando suas questões? Seja como for, um oxigena o outro, demandando entre si uma fiel ligação. Se o objeto artístico e toda sua fisicalidade exige prudência por parte das textualidades e narrativas que o acompanham, vale pensarmos sobre as correspondências que se estabelecem entre a matéria e seus conceitos. Assim, buscando estimular instâncias de conscientização sobre os termos e as definições que acompanham as práticas e os trabalhos artísticos, a edição comemorativa de 5º ano da revista Arte ConTexto propõe um número dedicado aos “verbetes da arte“.
Neste número, artistas e pesquisadores elencam definições presentes em suas investigações e se propõem a conceituá-las, aproximando-as de trabalhos artísticos. Trata-se de uma reivindicação contra lógicas textuais esvaziadas de sentidos. Contra vocabulários desproblematizados e contra a utilização repetida de definições e noções que parecem não ter necessidade de se mostrarem enraizadas em uma produção específica. Trata-se de um convite a pensarmos nos nossos textos, nas obras que nos rodeiam e em suas significações.
REVISTA ARTE CONTEXTO
REFLEXÃO EM ARTE
ISSN 2318-5538
V.6, Nº15, MAR., ANO 2019
VERBETES DA ARTE
Citações
A palavra arqueologia, substantivo feminino, deriva do grego arkhé (o que antecede, o vetusto), seguida do sufixo logos (pesquisa). Diante da investigação do passado, da reativação da memória que repousa na arquitetura dos vastos palácios agostinianos, revelam-se os tesouros de inúmeras imagens (AGOSTINHO, 1975). O acesso a essa estrutura, diante do reconhecimento de um sítio, mental ou material, é onde se apresenta o princípio da arqueologia: retomar o ido, reerguer as imagens de nossos palácios, saudar Mnemosine nesse escavar.
ARQUEOLOGIA COMO REVELAÇÃO DA MEMÓRIA