Caminha-se por vários dias entre árvores e pedras. Raramente o olhar se fixa numa coisa, e, quando isso acontece, ela é reconhecida pelo símbolo de alguma outra coisa: a pegada na areia indica a passagem de um tigre; o pântano anuncia uma veia de água; a flor do hibisco, o fim do inverno.
Ítalo Calvino


Vivenciar a cidade é transformar-se nela. É ato de se entregar ao espaço urbano como uma nau livre no oceano, é ato de deriva.1 Deriva é se guiar pelos símbolos intuitivos. Gesto de poesia. Trajeto construído pelo acaso não casual. É encontrar um mundo de significados ocultos no que antes era objeto simplório. O objeto-paisagem transforma-se em ser, funde-se à existência individual de seus habitantes e descortina suas diversas faces. A cidade é ser multifacetado, faces inscritas nas linhas de suas ruas, nas rugas de suas fachadas, nas entranhas de suas vegetações. Para aquele que abandona a condição de mero transeunte e se faz flâneur, nada é o que aparenta na cidade-ser. Tudo guarda uma poética significante que só o devaneio pode proporcionar. O devaneio é a mistura dos três tempos. É multitemporal, pois se forma ao mesmo tempo por uma mistura de apreensões do presente, regressões a lembranças do passado e especulações do futuro, do vir a ser da possibilidade. O devaneio é o instante fugidio.

Eu te digo: estou tentando captar a quarta dimensão do instante-já que de tão fugidio não é mais porque agora tornou-se um novo instante-já que também não é mais. Cada coisa tem um instante em que ela é. Quero apossar-me do é da coisa. [...] Quero possuir os átomos do tempo. E quero capturar o presente que pela sua própria natureza me é interdito: o presente me escapa, a atualidade sou eu sempre no já. (LISPECTOR, 1973, p.7.).


Para além do habitar: Manoel de Barros e Fernando Pessoa

Folhas secas me outonam. (Folhas secas que torram o chão das tardes me transmudaram para outonos? Eu sou meu outono).
Manoel de Barros

No livro Retrato do artista quando coisa, Manoel de Barros consegue transformar pessoas em coisas, coisas em pessoas e sentimentos em sensações. O jogo de palavras utilizado pelo poeta cria uma teoria simples: de que passamos a existir como coisa a partir do momento que criamos laços fortes o suficiente para nos transportar de nossa existência consciente. O poeta faz com que objetos, vegetais e minerais transformem-se em seres. Adiciona existência pulsante e latejante. Assumimos um novo ponto de vista, ao transformarmo-nos em coisa. Nossos sentimentos misturam-se a existência do objeto inanimado que povoa a memória. Aquilo que contém nossos sentimentos é aquilo que constrói a nossa existência. Como diz Fernando Pessoa, “Não ser é outro ser” (apud BARROS, 2004, p.9).

Desta maneira, aquele que existe com frequência na cidade, torna-se cidade. Torna-se construção, viga, madeira, concreto e tijolos. Assumimos a rigidez de nosso habitat, suas sutilezas, degradações, evoluções e transições. Da mesma forma, a cidade torna-se ser. Sua paisagem urbana não reflete mais simples paisagem. É metáfora de sentimento, reflexão de visceralidade.

Para Fernando Pessoa, a paisagem é um estado de espírito e o estado de espírito é uma paisagem. O espaço que nos cerca representa muito mais do que simplesmente ambiente.

1 - Em todo o momento de atividade mental acontece em nós um duplo fenómeno de percepção: ao mesmo tempo que temos consciência de um estado de alma, temos diante de nós, impressionando-nos os sentidos que estão virados para o exterior, uma paisagem qualquer, entendendo por paisagem, para conveniência de frases, tudo o que forma o mundo exterior num determinado momento da nossa percepção.

2 - Todo o estado de alma é uma passagem. Isto é, todo o estado de alma é não só representável por uma paisagem, mas verdadeiramente uma paisagem. Há em nós um espaço interior onde a matéria da nossa vida física se agita. (...) E – mesmo que se não queira admitir que todo o estado de alma é uma paisagem – pode ao menos admitir-se que todo o estado de alma se pode representar por uma paisagem. (...)

3 - Assim, tendo nós, ao mesmo tempo, consciência do exterior e do nosso espírito, e sendo o nosso espírito uma paisagem, temos ao mesmo tempo consciência de duas paisagens. Ora, essas paisagens fundem-se, interpenetram-se, de modo que o nosso estado de alma, seja ele qual for, sofre um pouco da paisagem que estamos vendo (...) e, também, a paisagem exterior sofre do nosso estado de alma (...). De maneira que a arte que queira representar bem a realidade terá de a dar através duma representação simultânea da paisagem interior e da paisagem exterior. Resulta que terá de tentar dar uma intersecção de duas paisagens. [...]. (PESSOA, 2002, p. 3).


Ítalo Calvino e a existência humana

Ítalo Calvino, em As Cidades Invisíveis, apresenta uma metáfora entre a cidade e o ser humano. A cidade é apresentada sutilmente como ser e como representação poética da existência humana. No livro são abordadas, dentre outras, as questões da memória, dos desejos e dos símbolos. Estes três elementos, estão em constante conexão. O desejo auxilia a moldar a memória de acordo com o presente. Os símbolos são os pilares inscritos na memória, as bases rígidas do suporte, que ao mesmo tempo se tornam maleáveis à ação do desejo.

As cidades invisíveis são projeções de nossas expectativas e, ao mesmo tempo, um resumo da nossa existência temporal, misturando passado, presente e futuro. A cidade existe no momento, e o momento é a síntese dessas três composições do tempo. O instante guarda todas as lembranças do passado, mas traz também todas as expectativas do futuro. Invisíveis, pois não possuem existência visual no mundo dos sentidos, somente nos cômodos da imaginação. Acessamos suas imagens através da criação autônoma e individual que o pensamento possibilita. Utilizando a lembrança de nossas cidades já conhecidas, costuramos as cidades sugeridas. Invisíveis também, pois as questões apontadas têm teor filosófico, reflexivo, e não concreto, palpável. São questões humanas que se refletem nas ruas descritas.

Dito isto, é inútil determinar se Zenóbia deva ser classificada entre as cidades felizes ou infelizes. Não faz sentido dividir as cidades nessas duas categorias, mas em outras duas: aquelas que continuam ao longo dos anos e das mutações a dar forma aos desejos e aquelas em que os desejos conseguem cancelar a cidade ou são por esta cancelados. (CALVINO, 2003, p.18.).

Neste trecho, Ítalo Calvino se refere sutilmente não à cidade em si, mas à vida humana como um todo. Não faz sentido classificarmo-nos como felizes ou infelizes, tendo em vista que a felicidade ou a infelicidade são estados de espírito, brevidades, e não resumo de uma vida. Porém, podemos nos dividir em dois estados: aquele que nos instiga a existir, a desejar, a sonhar e aquele que sistematicamente permanecemos definhando, a ponto de perdemos os desejos, as motivações, ou quando nossos desejos impedem nossa própria existência, nosso crescimento.

As projeções de expectativas humanas são representadas pela metáfora do imperador mongol Kublai Khan, que deseja conhecer através das histórias do mercador Marco Polo as cidades conquistadas. O imperador não pode habitar tais locais, portanto contenta-se em criar na mente as imagens relatadas. Da mesma forma, o homem cria em sua mente devaneios para preencher os almejos que não pode alcançar.

Cada elemento das cidades criadas tem uma representação simbólica dentro do contexto de sua história – a superfície espelhada dos lagos de Valdrada são espelhos que revelam uma visão diferente da realidade, o circo de Sofrônia é o devaneio lúdico em contraponto com a rigidez da realidade, e assim por diante – da mesma forma que Manoel de Barros ressignifca os objetos impregnando-os de nostalgia, e Fernando Pessoa nos exemplifica como a paisagem ao nosso redor sofre com nosso estado de espírito e o mesmo se influencia pela paisagem ao nosso redor. Assim, percorrer a cidade entregando-se ao devaneio é vislumbrar símbolos em seus elementos, é ressignificar. É fundir-se ao espaço urbano, transformando-o internamente e transformando a si mesmo.


Os Caminhos - sobre placas e direções

Na deriva, as placas não conduzem nem guiam: enunciam. Oferecem a possibilidade de interpretação, seu significado ultrapassa sua utilidade prática. Os nomes tornam-se personagens, propõem uma personalidade às ruas que nomeiam. Elas compõem a paisagem poeticamente, sua tipologia funde-se às teias vegetais das paredes de heras, ao rígido rigor das construções de concreto, ao carcomido antigo dos muros de tijolos ou à ferrugem gasta dos portões de metal.

As placas são para nós imperativos de ações, anúncios de situações, perspectivas construídas. Seu conteúdo sofre com sua localização, e sua localização modifica-se devido ao seu conteúdo. Um aviso de “Rua Sem Saída” entre as heras e as flores não pode simplesmente significar o final da rua. É uma ausência de escolha, é uma situação inevitável, é talvez um amor do qual não se é possível escapar. O enunciado de “Garagem em Uso” entre as volutas do portão gradeado compõe a sensação de movimento, deixa claro que aquele espaço não pode ser obstruído. Da mesma forma, uma parede antiga e gasta com uma bela janela ornamentada torna-se enrijecida, inflexível, excessivamente séria com uma placa de letras duras e retas informando “Estacionamento Privativo da Empresa”, ou uma garagem costurada por trepadeiras e ornada por azulejos torna-se aérea através de uma placa antiga de correio com o símbolo de um pássaro voando. Contradizem-se ou completam-se, paisagem e enunciado.

   

   


As fachadas - sobre construções e desconstruções.

(...) na maioria das casas, a fachada não está aí para iludir ou disfarçar, mas corresponde ao seu interior e muitas vezes até o revela abertamente. Assim como também a imagem manifesta do sonho é o próprio sonho e contém o sentido por inteiro.
Carl Gustav Jung

As construções falam por si próprias. Seu exterior revela o interior através das pequenas sutilezas perceptíveis. Autocontantes de si mesmas são as cidades. Precisamos ler nas imagens as histórias que rementem, sejam elas reais ou imaginárias, recordações do passado ou devaneios da mente. Como as rugas que marcam a passagem do tempo nos rostos, as fachadas exibem sua transição de vida, nos descamados da pintura, no desbotamento da tinta, nas rachaduras das paredes.

Mas a cidade não conta o seu passado, ela o contém como as linhas da mão, escrito nos ângulos das ruas, nas grades das janelas, nos corrimãos das escadas, nas antenas dos para-raios, nos mastros das bandeiras, cada segmento riscado por arranhões, arandelas, entalhes, esfoladuras. (CALVINO, 2003, p.7).

Em um primeiro momento, as fachadas antigas podem parecer terríveis e melancólicas, por seu semblante de efemeridade, pela visceralidade explicita da matéria, pela inevitável relação com a condição humana de finitude. A humanidade habita a essência material em sua correspondência com as feridas do corpo: a oxidação avermelhada do ferro, o sangue da carne; as corrosões e descamações, as ulcerações da pele; as rachaduras e arranhados, os cortes do corpo. Mas para além da aparência desgastada, há na ruína uma alegoria de esperança, um convite à renovação. As fachadas guardam em sua topografia as marcas de uma história. Sucessões de instantes, acumulados e multiplicados, cartografia de narrativas passadas. Fachadas, sacadas e alpendres expõem aos olhos a nostalgia dos tempos idos e com isso, a recriação de lembranças. Lembranças estas que carregam consigo sempre o devaneio, a morada dos três tempos, passado, presente e futuro, um ciclo em espiral, que se projeta initerruptamente. A ruína é o nosso passado presente e nosso afeto constante. Cada momento vivido é um momento de morte, assim, buscamos a repetição cíclica dos instantes, a destruição é necessária para gerar a construção.

A fábula é larga nos finados idos dessa terna cidade eternizada
(...) abrem-se a nós como um continuado desafio:
O de ver mais que ruína no arruinado
e mais que desacerto no desacertado. (LATERZA, 2002, p.4).

   

   


A Arquitetura Vegetal das Cidades - sobre praças, plantas e (h)eras

A cidade possui também uma arquitetura inusitada, que não é formada por concreto e tijolos. É uma arquitetura espontânea, composta pelos vegetais. São os jardins. Os jardins de uma cidade não são somente suas praças, parques e quintais. Os jardins são os canteiros no meio das calçadas e ruas, as varandas de edifícios com suas plantas penduradas, as trepadeiras que invadem os muros, as raízes que se espalham pelo piso, o tapete de musgo que cobre uma região úmida, as pequenas plantas que crescem nas rachaduras do chão e das paredes, enfim toda forma de vegetação que prolifera livremente pelo espaço urbano. Eles são os recantos mais sensoriais da cidade. Enquanto a fachada traz o semblante da passagem, da finitude e da morte, o jardim em contraponto se faz vida. Em todo momento, evoca o que de mais vivo existe no ser: seus sentidos. Sensorial é no farfalhar das folhas, no aroma das flores, na maciez do gramado, no calor da terra e no frio do orvalho.

Em sua totalidade, o jardim é um organismo vivo, pulsante e misterioso. Esconde em seu cerne toda a sorte de insetos, pequenos mamíferos, aves, répteis e anfíbios. O jardim abriga seres invisíveis. Invisíveis, pois se escondem nos refúgios naturalmente forjados pela vegetação singular da cidade vegetal. Podemos perceber sua presença através de ruídos, mas poucas são as vezes que os vislumbramos. O jardim instiga, portanto, a imaginação. Projetamos seus habitantes ocultos através da sensação de sua presença e dessa projeção podemos somente especular movimentos. “Por mais misterioso e invisível que seja geralmente o pica-pau vestido com o verde da folhagem ele se torna familiar. (...) Por vezes ele desaparece, mas sempre podemos ouvi-lo.” (BACHELARD, 2008, p.110). Através dessa imaginação, somos transportados a habitar o jardim. Sentimos sua pulsação e nos tornamos parte desse ambiente.

1. Uma rã me pedra. (A rã me corrompeu para pedra. Retirou meus limites de ser humano e me ampliou para coisa. A rã se tornou o sujeito pessoa da frase e me largou no chão a criar musgos para tapete de insetos e de frades.) (DE BARROS, 2004, p.13.).

   

   


A Cidade e o Céu

Na cidade, o céu é visto sempre através de uma moldura. Seja a moldura dos edifícios que cercam a rua, seja a moldura vegetal das copas das árvores. Há sempre um arredor na imensidão do firmamento. É como um quadro que pode ser apreciado em qualquer local da rua. O céu pinta seus tons ao longo do dia. O amanhecer e o entardecer colorem os edifícios, derramam sua luz na calçada, no topo das árvores e formam os seus diversos dégradés.

Em Minas, o território de deriva estende-se aos horizontes, não se limita à moldura urbana das construções. O entorno montanhoso compõe a moldura da cidade, é parte do imaginário mineiro e belo-horizontino, o olhar que se volta para o porvir encontra na fronteira entre céu e solo território para divagar. O mineral está ligado à memória da cidade, a começar pela nomenclatura “minas”. Mas nossas minas são enganosas, fugidias, transitórias, decompostas pela ação das mineradoras, elas fogem aos horizontes. O mesmo material que compõe as edificações urbanas é decomposto de seu entorno. O ferro que registra a memória é extraído do passageiro relevo montanhoso. E a identidade mineira fragmenta-se junto com a modificação dos horizontes. Quem serão os novos belo-horizontinos nessas minas sem montanhas? Como verão eles estes novos arredores? Como será nossa nova moldura urbana?

   

   


Para além do existir: Ser

A modificação do espaço urbano traz consigo desdobramentos que vão além da simples modificação da paisagem. Refletem-se em seus habitantes e na relação afetiva que eles constroem com o espaço. A memória de uma cidade abriga também a história de uma população. O registro visual vivo desta história é preservado nas construções que ainda se mantém firmes com o passar dos tempos. Poder vivenciar a cidade é um privilégio. Descobri-la, seus segredos, significados, possibilidades e desafios é um exercício de reflexão mais que externa, interna. Se perder em meio à paisagem é descobrir a si mesmo, é aprender sobre sua própria historia e identidade. É um exercício de imaginação e desfrute. Um novo olhar para o cotidiano urbano nos traz uma riqueza de percepção e mais do que isso, de existência plural. Mais do que existir nas cidades, somo-las.

1  O termo “deriva” neste contexto não se trata simplesmente do significado comum do substantivo, mas de uma forma específica de se relacionar e percorrer a cidade, ganhando uma terminologia própria.

BACHELARD, Gaston. A Poética do Espaço. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

BARROS, Manoel de. Retrato do artista quando coisa. Rio de Janeiro: Record, 2004.

CALVINO, Ítalo. As cidades invisíveis. 2003. Disponível em: http://moodle.up.pt/pluginfile.php/21840/course/section/5603/italo-calvino-as-cidades-invisiveis.pdf. Acesso em: 29/03/14.

LATERZA, Moacyr. Ateliê dos ofícios. Belo Horizonte: Projeção Fotografias, 2000.

LATERZA, Moacyr. Roteiro estético das minas enganosas. Belo Horizonte: Memória Gráfica, 2002.

LISPECTOR, Clarisse. Água Viva. São Paulo: Círculo do Livro, 1973.

NIETZSCHE, Friederich. Crepúsculo dos ídolos. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2010.

PESSOA, Fernando. Poesias. Porto Alegre: L&PM Pocket, 1996.

STEVENS, Anthony. Jung. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2012.

1  Mariana Laterza, Rua sem saída, 2012, Fotografia, 30 x 30 cm. (Coleção da artista).

2  Mariana Laterza, Garagem em Uso, 2012, Fotografia, 30 x 30 cm. (Coleção da artista).

3  Mariana Laterza, Estacionamento Privativo, 2012, Fotografia, 42 x 30 cm. (Coleção da artista).

4  Mariana Laterza, Correio, 2012, Fotografia, 42 x 30 cm. (Coleção da artista).

5  Mariana Laterza, Arcos, azuis, alpendres, amores, 2012, Fotografia, 30 x 30 cm. (Coleção da artista).

6  Mariana Laterza, Morada em constante amanhecer, 2012, Fotografia, 30 x 30 cm. (Coleção da artista).

7  Mariana Laterza, Lembranças na parede da memória, 2012, Fotografia, 42 x 30 cm. (Coleção da artista).

8  Mariana Laterza, “121” ou “Lembrança Azul”, 2012, Fotografia, 42 x 30 cm. (Coleção da artista).

9  Mariana Laterza, Vegetação Urbana, 2012, Fotografia, 30x30 cm. (Coleção da artista).

10  Mariana Laterza, Le Jardin, 2012, Fotografia, 30x30 cm. (Coleção da artista).

11  Mariana Laterza, Era uma casa e seu jardim, 2012, Fotografia, 30x30 cm. (Coleção da artista).

12  Mariana Laterza, “(H)Eras” ou “Petit Jardin” , 2012, Fotografia, 30x30 cm. (Coleção da artista).

13  Mariana Laterza, Cidade Emoldurada, 2012, Fotografia, 30 x 42 cm. (Coleção da artista).

14  Mariana Laterza, Entardecer Lilás, 2012, Fotografia, 30 x 42 cm. (Coleção da artista).

15  Mariana Laterza, Cidade Poente, 2012, Fotografia, 42 x 30 cm. (Coleção da artista).

16  Mariana Laterza, Gradil Vegetal, 2012, Fotografia, 42 x 30 cm. (Coleção da artista).