Agenda Cultural

Arte Moderna na Coleção da Fundação Edson Queiroz

Ao longo dos últimos 30 anos, a Fundação Edson Queiroz (FEQ), sediada em Fortaleza, constituiu uma das mais sólidas coleções de arte brasileira, que percorre cerca de quatrocentos anos de produção artística com obras significativas de todos os períodos. Na Fundação Iberê Camargo - nesta etapa com curadoria da historiadora de arte Regina Teixeira de Barros -, o percurso inicia com Duas Amigas, pintura referencial da fase expressionista de Lasar Segall e percorre os chamados anos heroicos do modernismo brasileiro, trazendo obras de Anita Malfatti, Antônio Gomide, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Ismael Nery, Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret. A segunda geração modernista, que desponta na década de 1930, está representada por artistas como Alberto da Veiga Guignard, Cândido Portinari, Ernesto De Fiori e Flávio de Carvalho. Deste período, merecem destaque Alfredo Volpi e José Pancetti que, além de comparecerem com um número significativo de obras na Coleção da FEQ, estabelecem uma transição entre a pintura figurativa e a abstração, apresentada na sequência. Até 16/10/2016

Local: Fundação Iberê Camargo (Av. Padre Cacique, 2000. Porto Alegre/RS). Visitação: Terça a domingo, das 12h às 19h e quinta, das 12h às 21h.

"Em qualquer circunstância, emergente da historicidade do homem no mundo, surge uma hipótese renovadora, que impulsiona uma nova estética, e esta clama pela expressão adequada do artista de hoje. Ele atende ou não atende a esse chamado. Contribui para a solução dessa crise ou não contribui. Faz uma obra de participação social ou de simples devaneio individual, segundo a constelação de suas glândulas, sua própria experiência em face da vida, seu maior ou menor desenvolvimento ótico. O artista que não se refugia em valores estéticos tradicionais, rechaçando a arte pela arte endereçada às minorias inoperantes, parte para uma semântica positiva de protesto e denúncia”.

- ESCOSTEGUY, 1965 -

Akram Zaatari - Amanhã vai ficar tudo bem

Um dos mais importantes artistas libaneses em atividade, Akram Zaatari é autor de uma obra que reflete sobre as relações complexas entre acervos visuais e a política, o desejo e a memória. "Akram Zaatari - Amanhã vai ficar tudo bem (Tomorrow Everything will Be Alright)" apresenta seis videoinstalações nas quais essas relações emergem uma vez mais e nos dão uma imagem da nossa época, tal como vista do Líbano contemporâneo. A exposição é a primeira individual de Akram Zaatari no Brasil e coroa uma colaboração de exatos vinte anos entre o artista e a Associação Cultural Videobrasil. Até 03/12/2016.

Local: Galpão VB (Av. Imperatriz Leopoldina, 1150. Vila Leopoldina - São Paulo, SP) Visitação: De terças a sextas, das 12h às 18h, sábados, das 11h às 17h.

Linguagens do corpo carioca
[a vertigem do Rio]

A exposição reúne 800 obras de artistas como Evandro Teixeira, Pierre Verger, Mario Testino, Bruno Veiga e Ana Stewart, entre outros nomes que captaram a essência da alma carioca por meio de seus trabalhos. A exposição toma como ponto de partida o corpo de quem vive na cidade para pôr em discussão a identidade social como uma espécie de gíria gestual. A abordagem transversal, característica comum às mais diversas mostras do MAR, se repete em Linguagens do corpo carioca, que é dividida em núcleos e traz à tona as mais diversas faces da vida na cidade. Entre as tendências lançadas por aqui estão o highline (exercício de equilíbrio sobre uma fita elástica esticada entre dois pontos fixo no alto) e o surfe no trem. A camaradagem e a aproximação entre as classes, possível devido à segregação social marcante, estarão presentes em imagens do antigo Píer de Ipanema e dos cotidianos do samba e das comunidades. Também serão representadas as multidões nos jogos no Maracanã, manifestações políticas e até as filas do INSS. A famosa ginga das capas de discos da bossa nova, a cultura afro, a relação com o mar e personagens do imaginário do Rio também integram a mostra. Na contramão das belezas de ser carioca, o visitante é confrontado com um Rio melancólico e marcado pela violência, por uma oposição ao prazer. Até 09/10/2016.

Local: MAR, Museu de Arte do Rio de Janeiro (Praça Mauá, 5, Rio de Janeiro/RJ). Visitação: De terça a domingo, das 10h às 17h.

32 BIENAL INCERTEZA VIVA

Em sua sexta exposição na galeria, o artista se aprofunda na linguagem dos objetos descartados e na maleabilidade de sua obra, sugerindo significados híbridos, através de formas de apresentação variadas e brincadeiras com a escala. Marcelo Silveira é mais conhecido por suas intrincadas assemblages de objetos do cotidiano que encontra por toda Recife e acumula durante anos. Um artista regional, cuja prática está intimamente ligada a Pernambuco, Marcelo cria obras que deixam entrever uma atenção com o material, suas diversas formas de apresentação e uma tatilidade de superfície que dão voz à experiência vivida e às manifestações culturais do fértil terreno do Nordeste Brasileiro. Empregando mídias e processos variados em uma única obra, em construções que se expandem e retraem fisicamente, promove um reposicionamento do conceitocoisa que se traduz a partir de diversas unidades de objetos encontrados, instalações com texturas de alta densidade e objetos de arte portáteis. Até 11/12/2016

Local: Pavilhão Bienal Ibirapuera (PAVILHÃO DA BIENAL • PARQUE DO IBIRAPEURA, PORTÃO 3, São Paulo/SP). Visitação: Todos os dias das 09h às 19h.

EM POLVOROSA: UM PANORAMA DAS COLEÇÕES MAM RIO

Em Polvorosa: um panorama das coleções MAM Rio não foi concebida a partir de temas ou de questões. O nome é uma homenagem ao artista Tunga: em uma das obras sem título da série Desenhos em polvorosa, vemos corpos entrelaçados, que de tão próximos se misturam e acabam tendo seus limites confundidos. Encontramos no desenho de Tunga o que poderia ser considerada uma imagem-símbolo desta exposição. Seu foco é mostrar aos visitantes da cidade, do Brasil e do mundo a qualidade resultante da mescla das três grandes coleções que constituem o acervo do MAM Rio. Juntas, as coleções MAM Rio, Gilberto Chateaubriand e Joaquim Paiva somam mais de 16 mil obras, entre desenhos, gravuras, fotografias, pinturas, esculturas, vídeos, instalações, objetos, performances, livros de artista e intervenções. Individualmente todas apresentam particularidades que as tornam especiais, mas quando expostas em conjunto manifestam sua maior potência. A partir da combinação destes acervos é possível produzir diversos panoramas da produção artística brasileira e internacional, desde o final do século XIX até os dias de hoje. Mas panoramas, entretanto, resultam fatalmente em simplificações e hiatos posto que os2.500 metros quadrados disponíveis para essa mostra estão muito longe de poder abrigar todas as obras do museu. Até 06/11/2016

Local: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM RJ (Av. Infante Dom Henrique 85 Parque do Flamengo, Rio de Janeiro/RJ). Visitação: De terças a sextas, das 12h às 18h. Sábados, domingos e feriados das 11h às 18h.

T O P O F I L I A S, de Claudia Hamerski

Segundo o curador Mario Gioia, a exposição “Topofilias, de Claudia Hamerski, agrupa questões muito evidentes sobre as potencialidades do desenho, não visto apenas como a ação do grafite sobre o papel, mas sim também como projeto e ideia, um desdobrar pelo espaço, uma presença de matéria e uma trajetória por meios variados como o tridimensional, o fotográfico, o instalativo e o performático.” Claudia Hamerski é artista Visual, mestre em Poéticas Visuais, com Bacharelado em História Teoria e Crítica de Arte e Desenho. Atualmente desenvolve sua pesquisa artística em Poéticas focada no desenho, processos de criação, paisagem, fotografia, escala, ampliação e repetição. Até 02/10/2016

Local: Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli – MARGS (Praça da Alfândega s/nº, Centro, Porto Alegre/RS). Visitação: De terças a domingos, das 10h às 19h.