AS CRÍTICAS DE ARTE PUBLICADAS PELA ARTE CONTEXTO SOB A PERSPECTIVA DA VISUALIZAÇÃO DE REDE
TEXTO CURTO
Talitha Motter
Talitha Motter é doutoranda em história da arte pela Université de Montréal, com a pesquisa Les réseaux sensibles: une étude des revues d’art numériques au Brésil (FRQSC), realizada sob a orientação do Prof. Emmanuel Château-Dutier e a co-orientação da Profa. Christine Bernier. Desde 2013, Motter participa de vários projetos de reflexão sobre a arte atual, incluindo a coedição da revista de arte independente Arte ConTexto. Ela também integra o laboratório Ouvroir d’histoire de l’art et de muséologie numérique da Université de Montréal.
RESUMO
Este texto tem como objetivo discutir o conjunto de críticas de arte publicadas pela Arte ConTexto, entre julho de 2013 e abril de 2019, a partir da visualização em rede dos artistas tratados por esses textos e conectados por seus autores. Ele ressalta, assim, a capacidade das revistas de arte de estruturar redes da arte atual, apresentando uma visão particular das produções artísticas que tem circulado recentemente, em diálogo com as abordagens editoriais dessas publicações.
Revista Arte ConTexto
REFLEXÃO EM ARTE
ISSN 2318-5538
V.8, Nº19, MAIO, ANO 2024
PERSPECTIVAS PARA ALÉM DA VISÃO
Desde que criei a revista Arte ConTexto, juntamente com Paola Fabres e Marcius Andrade, há mais de dez anos, sempre me chamou a atenção a capacidade de projetos independentes, como o nosso, em agregar pessoas ao seu redor. A cada edição, víamos que a revista se desenvolvia e pessoas com quem não tínhamos nenhum contato começavam a publicar conosco. Hoje a revista, com a entrada de duas novas editoras em 2021, Camila Savoi e Renata Santini, também continua ampliando as suas redes de atores da arte (BECKER, 2010), abrangendo, por exemplo, colaboradores e leitores que se situam na América do Norte com as chamadas de publicação traduzidas para o francês. Assim, minha pesquisa de doutorado em História da Arte, realizada na Université de Montréal, partiu deste insight: as revistas digitais independentes atuantes no Brasil surgem de maneira a conectar pessoas com vontade de escrever e refletir sobre a produção artística recente, tornando-se lugares para a continuidade da crítica de arte sem a dependência direta de grandes instituições.
De maneira geral, uma revista se constitui por sua equipe, seus muitos autores e temas. Para entendermos suas perspectivas sobre a arte é necessário observá-las ao longo de sua trajetória. A série de textos publicados permite identificar um conjunto de relações entre atores da arte, formadas ao longo das atividades da revista. Dessa forma, com intuito de investigar como as revistas de arte digitais podem participar da estruturação de redes da arte atual, no contexto da minha pesquisa de doutorado, eu comecei a analisar as críticas de arte publicadas por cinco periódicos atuantes no Brasil: Icônica, eRevista Performatus, Arte ConTexto, Revista Desvio e o fermento, desde o início de suas atividades até abril de 2019, quando concluí o levantamento. Para a criação desse corpus, entendo que o texto de crítica de arte consiste em um ator não humano (HENNION, 2007; LATOUR, 2007), que atua de maneira a estabelecer relações entre artistas, suas obras e outras referências mencionadas pelos autores. A revista, por sua vez, age como um ator coletivo, no qual atuam não apenas suas equipes, mas também suas ferramentas de trabalho, publicação e divulgação, como computadores, plataformas de gestão de conteúdo, sites web, além de seus autores e leitores.
Para os critérios de seleção dos textos de cada revista, utilizei características gerais de uma crítica de arte, de maneira a poder incluir abordagens que assumem uma maior liberdade literária no tratamento das obras – como as cartas fictícias escritas por André Winter Noble e Renata Azevedo Requião, publicadas pela Arte ConTexto. Considero que uma crítica de arte é: um texto que analisa produções artísticas ou eventos da atualidade de seus autores, atualidade essa considerada a partir do ano 2000; não constituindo um texto em história da arte ou em teoria da arte; além disso, o autor desse texto não é o artista da obra discutida, nem o curador da exposição, nem o autor de textos de apresentação da mostra (FAGNART, 2017). Entendo que esse conjunto específico de textos pode apontar para o que é compreendido como arte por uma revista, como algo que é válido de ser comentado entre as demais produções e eventos que circulam na nossa atualidade. Sendo assim, um olhar atento para as críticas de arte de uma revista permite perceber relações entre as suas escolhas editoriais e a visão particular que ela apresenta da arte atual.
Ao todo, 300 críticas de arte foram “redigitalizadas” seguindo as recomendações estabelecidas pela Text Encoding Initiative1 (TEI) para a marcação de textos em formato Extensible Markup Language (XML). A TEI permite privilegiar o significado das palavras de um texto (BURNARD; BURGHART, 2015) a partir da utilização de tags; por exemplo, quando o texto menciona um artista, seu nome é marcado de maneira que esse dado possa ser entendido pelo computador (<persName ref=”#arMarcosFioravante “>Marcos Fioravante</persName>2). A partir da linguagem de consulta em coleções de dados em XML XQuery3, é possível tratar as informações desse corpus de diferentes maneiras, criando, por exemplo, documentos em GraphML4. O GraphML permite a descrição de uma rede em um formato que lista o conjunto de atores humanos ou não humanos que a compõe (como os lugares dos eventos artísticos mencionados pelas críticas de arte de uma revista) e as relações que queremos analisar entre esses atores (como aquelas estabelecidas pelos artistas que expuseram nesses lugares e que foram mencionados nessas críticas). Essa “redigitalização” das críticas de arte possibilita apresentar os textos sob uma outra perspectiva – a da visualização de rede. Assim, uma revista é entendida como criadora de encontros entre temas, estabelecidos pela trama de seus textos.
Em relação à Arte ConTexto, foram levantadas 42 críticas de arte5, das quais a maior parte provém da seção Aposta, que tinha como objetivo discutir a produção de um artista em início de carreira que estivesse relacionado ao tema da edição. Dentre o total de críticas da revista, pode-se identificar dois tipos de texto, um voltado para a reflexão sobre a produção de artistas e outro que parte do contexto de um evento artístico, normalmente uma exposição, para então comentar obras e artistas que estavam presentes. No caso da Arte ConTexto, nota-se que a maior parte dos textos não está vinculada com um evento específico, o que corresponde, por exemplo, com a abordagem da seção Aposta e o número reduzido de resenhas que foram publicadas pela revista ao longo dos anos.
De maneira a perceber as conexões entre os assuntos trabalhados por esses textos, eu criei uma rede unimodal (um só tipo de ator) entre os artistas considerados como tema de cada crítica. No caso das críticas de eventos, os artistas participantes mencionados pelo texto foram incluídos como artistas-tema. Os elos se estabelecem a partir dos autores dos textos. Assim, dois artistas se conectam entre si na rede se um autor os abordou em uma crítica ou em críticas distintas. Isso permite considerar a história de publicações dos autores pela revista e reforça a constatação de que esse tipo de publicação – um periódico – é formado pela sua série de textos. Ao todo, foram identificados 69 artistas-tema e 194 relações entre eles.6 Uma segunda rede, que permite auxiliar a compreensão da primeira, mas com dois tipos de atores (artistas-tema e autores) também foi criada.7 A partir da representação dos artistas-tema do corpus da Arte ConTexto em uma visualização de rede unimodal, percebe-se a formação de grupos de atores todos conectados entre si, como o formado pelos artistas sobre os quais escrevi um texto (MOTTER, 2013a, 2013b, 2014a, 2014b, 2015): Marcos Fioravante, Ismael Monticelli, Letícia Bertagna, Emanuel Monteiro e Vitor Butkus.
O que esses artistas têm em comum, além, é claro, de eu ter escrito um texto sobre eles? O que pode circular entre eles, sabendo que não necessariamente eles se conhecem? Esse conjunto de artistas teve, como eu, uma parte de sua formação realizada no Instituto de Artes da UFRGS, todos tendo passado em algum momento pela cidade de Porto Alegre. Na verdade, a Arte ConTexto permitiu que parte da minha rede de interesses sobre a prática artística atual entrasse em relação com os diferentes dossiers temáticos da revista. Eles me interessaram pelos seus processos de criação, conectados ao nosso quotidiano, permitindo revelar uma poesia única naquilo que se repete. Além disso, entre os artistas-tema trazidos por mim e os trazidos por Paola Fabres8 (FABRES, 2013a, 2013b, 2014, 2015, 2016), vemos nomes também presentes em eventos organizados pela revista, como o projeto #Reabito (FABRES; MOTTER, 2014), mostrando que as reflexões críticas das editoras se expandem para além de suas edições.
O interessante é que essa visualização em rede do corpus da Arte ConTexto mostra a diversidade dos seus temas e autores. A revista tem abordado em cada edição um assunto diferente vinculado a questões pungentes na atualidade (FABRES; MOTTER, 2019), convocando autores a apresentarem suas reflexões sobre os mais variados assuntos, como questões que dizem respeito a criação de novos espaços na arte, conexões entre arte e política e a cidade. Dessa maneira, a rede de atores da arte atual estruturada pelas críticas da revista tende a ser formada por grupos de artistas-tema interconectados por um mesmo autor, ou por mais de um autor em textos escritos de maneira coletiva – como os de André Winter Noble e Renata Azevedo Requião (NOBLE; REQUIÃO, 2015a, 2015b, 2016a, 2016b, 2017a) –, sem a presença de artistas que conectam esses grupos9, a qual poderia ser estabelecida se um artista tivesse sido abordado por mais de um autor, mas em textos diferentes. A rede formada por esses artistas-tema é caracterizada pela sua abertura, seu caráter fragmentado.
Contudo, o conjunto de 69 artistas, vinculados a produções da atualidade ou que estiveram em eventos recentes de arte, faz parte de um todo mais amplo, formado pelo agenciamento da revista, pela sequência das temáticas propostas para cada edição e dos autores que aceitaram fazer parte desse diálogo. Os artistas que podemos observar nessa visualização são em sua maior parte nascidos no Brasil10 e oriundos do estado do Rio Grande do Sul (quando pude identificar esse dado), demonstrando que o olhar particular para a produção do Sul do país, dos primeiros anos da revista, ainda repercute ao longo de sua existência. Isso pode indicar também um elo entre o lugar principal de atuação de uma revista e as produções artísticas que ela aborda. Não podemos deixar de lembrar que durante o período analisado, as exposições, conversas e cursos organizados pela revista Arte ConTexto ocorreram na cidade de Porto Alegre/RS. Um outro elemento interessante é que parece existir uma relação entre as idades dos autores de críticas de arte e as idades de seus artistas-tema. No caso da Arte ConTexto, a maior parte dos autores dos quais eu pude identificar a data de nascimento são dos anos 1980, o que também se repete nos artistas, indicando provavelmente um interesse maior dos críticos de arte em acompanhar a produção realizada pela sua geração.
Concluo afirmando que a perspectiva da visualização de rede aplicada para a representação das relações desses atores torna tangível o papel das revistas de arte em estruturar redes da arte atual. Considerando que a Arte ConTexto é uma revista de arte digital, essa abordagem reflete igualmente a inscrição desses atores na web a partir de textos especializados, os quais vão muito além de rápidas postagens nas redes sociais.
AS CRÍTICAS DE ARTE PUBLICADAS PELA ARTE CONTEXTO SOB A PERSPECTIVA DA VISUALIZAÇÃO DE REDE
TEXTO CURTO
Talitha Motter
Talitha Motter é doutoranda em história da arte pela Université de Montréal, com a pesquisa Les réseaux sensibles: une étude des revues d’art numériques au Brésil (FRQSC), realizada sob a orientação do Prof. Emmanuel Château-Dutier e a co-orientação da Profa. Christine Bernier. Desde 2013, Motter participa de vários projetos de reflexão sobre a arte atual, incluindo a coedição da revista de arte independente Arte ConTexto. Ela também integra o laboratório Ouvroir d’histoire de l’art et de muséologie numérique da Université de Montréal.
RESUMO
Este texto tem como objetivo discutir o conjunto de críticas de arte publicadas pela Arte ConTexto, entre julho de 2013 e abril de 2019, a partir da visualização em rede dos artistas tratados por esses textos e conectados por seus autores. Ele ressalta, assim, a capacidade das revistas de arte de estruturar redes da arte atual, apresentando uma visão particular das produções artísticas que tem circulado recentemente, em diálogo com as abordagens editoriais dessas publicações.
Revista Arte ConTexto
REFLEXÃO EM ARTE
ISSN 2318-5538
V.8, Nº19, MAIO, ANO 2024
PERSPECTIVAS PARA ALÉM DA VISÃO
Desde que criei a revista Arte ConTexto, juntamente com Paola Fabres e Marcius Andrade, há mais de dez anos, sempre me chamou a atenção a capacidade de projetos independentes, como o nosso, em agregar pessoas ao seu redor. A cada edição, víamos que a revista se desenvolvia e pessoas com quem não tínhamos nenhum contato começavam a publicar conosco. Hoje a revista, com a entrada de duas novas editoras em 2021, Camila Savoi e Renata Santini, também continua ampliando as suas redes de atores da arte (BECKER, 2010), abrangendo, por exemplo, colaboradores e leitores que se situam na América do Norte com as chamadas de publicação traduzidas para o francês. Assim, minha pesquisa de doutorado em História da Arte, realizada na Université de Montréal, partiu deste insight: as revistas digitais independentes atuantes no Brasil surgem de maneira a conectar pessoas com vontade de escrever e refletir sobre a produção artística recente, tornando-se lugares para a continuidade da crítica de arte sem a dependência direta de grandes instituições.
De maneira geral, uma revista se constitui por sua equipe, seus muitos autores e temas. Para entendermos suas perspectivas sobre a arte é necessário observá-las ao longo de sua trajetória. A série de textos publicados permite identificar um conjunto de relações entre atores da arte, formadas ao longo das atividades da revista. Dessa forma, com intuito de investigar como as revistas de arte digitais podem participar da estruturação de redes da arte atual, no contexto da minha pesquisa de doutorado, eu comecei a analisar as críticas de arte publicadas por cinco periódicos atuantes no Brasil: Icônica, eRevista Performatus, Arte ConTexto, Revista Desvio e o fermento, desde o início de suas atividades até abril de 2019, quando concluí o levantamento. Para a criação desse corpus, entendo que o texto de crítica de arte consiste em um ator não humano (HENNION, 2007; LATOUR, 2007), que atua de maneira a estabelecer relações entre artistas, suas obras e outras referências mencionadas pelos autores. A revista, por sua vez, age como um ator coletivo, no qual atuam não apenas suas equipes, mas também suas ferramentas de trabalho, publicação e divulgação, como computadores, plataformas de gestão de conteúdo, sites web, além de seus autores e leitores.
Para os critérios de seleção dos textos de cada revista, utilizei características gerais de uma crítica de arte, de maneira a poder incluir abordagens que assumem uma maior liberdade literária no tratamento das obras – como as cartas fictícias escritas por André Winter Noble e Renata Azevedo Requião, publicadas pela Arte ConTexto. Considero que uma crítica de arte é: um texto que analisa produções artísticas ou eventos da atualidade de seus autores, atualidade essa considerada a partir do ano 2000; não constituindo um texto em história da arte ou em teoria da arte; além disso, o autor desse texto não é o artista da obra discutida, nem o curador da exposição, nem o autor de textos de apresentação da mostra (FAGNART, 2017). Entendo que esse conjunto específico de textos pode apontar para o que é compreendido como arte por uma revista, como algo que é válido de ser comentado entre as demais produções e eventos que circulam na nossa atualidade. Sendo assim, um olhar atento para as críticas de arte de uma revista permite perceber relações entre as suas escolhas editoriais e a visão particular que ela apresenta da arte atual.
Ao todo, 300 críticas de arte foram “redigitalizadas” seguindo as recomendações estabelecidas pela Text Encoding Initiative1 (TEI) para a marcação de textos em formato Extensible Markup Language (XML). A TEI permite privilegiar o significado das palavras de um texto (BURNARD; BURGHART, 2015) a partir da utilização de tags; por exemplo, quando o texto menciona um artista, seu nome é marcado de maneira que esse dado possa ser entendido pelo computador (<persName ref=”#arMarcosFioravante “>Marcos Fioravante</persName>2). A partir da linguagem de consulta em coleções de dados em XML XQuery3, é possível tratar as informações desse corpus de diferentes maneiras, criando, por exemplo, documentos em GraphML4. O GraphML permite a descrição de uma rede em um formato que lista o conjunto de atores humanos ou não humanos que a compõe (como os lugares dos eventos artísticos mencionados pelas críticas de arte de uma revista) e as relações que queremos analisar entre esses atores (como aquelas estabelecidas pelos artistas que expuseram nesses lugares e que foram mencionados nessas críticas). Essa “redigitalização” das críticas de arte possibilita apresentar os textos sob uma outra perspectiva – a da visualização de rede. Assim, uma revista é entendida como criadora de encontros entre temas, estabelecidos pela trama de seus textos.
Em relação à Arte ConTexto, foram levantadas 42 críticas de arte5, das quais a maior parte provém da seção Aposta, que tinha como objetivo discutir a produção de um artista em início de carreira que estivesse relacionado ao tema da edição. Dentre o total de críticas da revista, pode-se identificar dois tipos de texto, um voltado para a reflexão sobre a produção de artistas e outro que parte do contexto de um evento artístico, normalmente uma exposição, para então comentar obras e artistas que estavam presentes. No caso da Arte ConTexto, nota-se que a maior parte dos textos não está vinculada com um evento específico, o que corresponde, por exemplo, com a abordagem da seção Aposta e o número reduzido de resenhas que foram publicadas pela revista ao longo dos anos.
De maneira a perceber as conexões entre os assuntos trabalhados por esses textos, eu criei uma rede unimodal (um só tipo de ator) entre os artistas considerados como tema de cada crítica. No caso das críticas de eventos, os artistas participantes mencionados pelo texto foram incluídos como artistas-tema. Os elos se estabelecem a partir dos autores dos textos. Assim, dois artistas se conectam entre si na rede se um autor os abordou em uma crítica ou em críticas distintas. Isso permite considerar a história de publicações dos autores pela revista e reforça a constatação de que esse tipo de publicação – um periódico – é formado pela sua série de textos. Ao todo, foram identificados 69 artistas-tema e 194 relações entre eles.6 Uma segunda rede, que permite auxiliar a compreensão da primeira, mas com dois tipos de atores (artistas-tema e autores) também foi criada.7 A partir da representação dos artistas-tema do corpus da Arte ConTexto em uma visualização de rede unimodal, percebe-se a formação de grupos de atores todos conectados entre si, como o formado pelos artistas sobre os quais escrevi um texto (MOTTER, 2013a, 2013b, 2014a, 2014b, 2015): Marcos Fioravante, Ismael Monticelli, Letícia Bertagna, Emanuel Monteiro e Vitor Butkus.
O que esses artistas têm em comum, além, é claro, de eu ter escrito um texto sobre eles? O que pode circular entre eles, sabendo que não necessariamente eles se conhecem? Esse conjunto de artistas teve, como eu, uma parte de sua formação realizada no Instituto de Artes da UFRGS, todos tendo passado em algum momento pela cidade de Porto Alegre. Na verdade, a Arte ConTexto permitiu que parte da minha rede de interesses sobre a prática artística atual entrasse em relação com os diferentes dossiers temáticos da revista. Eles me interessaram pelos seus processos de criação, conectados ao nosso quotidiano, permitindo revelar uma poesia única naquilo que se repete. Além disso, entre os artistas-tema trazidos por mim e os trazidos por Paola Fabres8 (FABRES, 2013a, 2013b, 2014, 2015, 2016), vemos nomes também presentes em eventos organizados pela revista, como o projeto #Reabito (FABRES; MOTTER, 2014), mostrando que as reflexões críticas das editoras se expandem para além de suas edições.
O interessante é que essa visualização em rede do corpus da Arte ConTexto mostra a diversidade dos seus temas e autores. A revista tem abordado em cada edição um assunto diferente vinculado a questões pungentes na atualidade (FABRES; MOTTER, 2019), convocando autores a apresentarem suas reflexões sobre os mais variados assuntos, como questões que dizem respeito a criação de novos espaços na arte, conexões entre arte e política e a cidade. Dessa maneira, a rede de atores da arte atual estruturada pelas críticas da revista tende a ser formada por grupos de artistas-tema interconectados por um mesmo autor, ou por mais de um autor em textos escritos de maneira coletiva – como os de André Winter Noble e Renata Azevedo Requião (NOBLE; REQUIÃO, 2015a, 2015b, 2016a, 2016b, 2017a) –, sem a presença de artistas que conectam esses grupos9, a qual poderia ser estabelecida se um artista tivesse sido abordado por mais de um autor, mas em textos diferentes. A rede formada por esses artistas-tema é caracterizada pela sua abertura, seu caráter fragmentado.
Contudo, o conjunto de 69 artistas, vinculados a produções da atualidade ou que estiveram em eventos recentes de arte, faz parte de um todo mais amplo, formado pelo agenciamento da revista, pela sequência das temáticas propostas para cada edição e dos autores que aceitaram fazer parte desse diálogo. Os artistas que podemos observar nessa visualização são em sua maior parte nascidos no Brasil10 e oriundos do estado do Rio Grande do Sul (quando pude identificar esse dado), demonstrando que o olhar particular para a produção do Sul do país, dos primeiros anos da revista, ainda repercute ao longo de sua existência. Isso pode indicar também um elo entre o lugar principal de atuação de uma revista e as produções artísticas que ela aborda. Não podemos deixar de lembrar que durante o período analisado, as exposições, conversas e cursos organizados pela revista Arte ConTexto ocorreram na cidade de Porto Alegre/RS. Um outro elemento interessante é que parece existir uma relação entre as idades dos autores de críticas de arte e as idades de seus artistas-tema. No caso da Arte ConTexto, a maior parte dos autores dos quais eu pude identificar a data de nascimento são dos anos 1980, o que também se repete nos artistas, indicando provavelmente um interesse maior dos críticos de arte em acompanhar a produção realizada pela sua geração.
Concluo afirmando que a perspectiva da visualização de rede aplicada para a representação das relações desses atores torna tangível o papel das revistas de arte em estruturar redes da arte atual. Considerando que a Arte ConTexto é uma revista de arte digital, essa abordagem reflete igualmente a inscrição desses atores na web a partir de textos especializados, os quais vão muito além de rápidas postagens nas redes sociais.
Notas de Rodapé
1. Ver a documentação disponível em: https://tei-c.org/
2. Artista abordado no primeiro texto Aposta publicado pela Arte ConTexto (MOTTER, 2013a).
3. Ver a documentação disponível em: https://docs.basex.org/wiki/Main_Page
4. Ver a documentação disponível em:
http://graphml.graphdrawing.org/ e http://graphml.graphdrawing.org/primer/graphml-primer.html.
5. Uma tabela que contempla os títulos de cada texto, os autores, o ano de publicação, os artistas e/ou coletivos, os eventos e as obras desses artistas e/ou coletivos pode ser consultada em:
http://www.reseaux-sensibles.art/critiques/critiques_arte_contexto
6. A rede unimodal dos artistas-tema do corpus da Arte ConTexto pode ser visualizada de maneira dinâmica em: http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau3
7. A rede bimodal (BORGATTI; EVERETT, 1997) dos artistas-tema e dos autores do corpus da Arte ConTexto pode ser visualizada em: http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau2M3
8. William Kentridge, Eduardo Montelli, Raisa Torterola, Joice Rossato, Marcius Andrade, Maura Grimaldi e Teresa Siewerdt.
9. Isso pode ser observado na rede unimodal dos artistas-tema de Icônica (http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau4), da eRevista Performatus (http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau1), da Revista Desvio (http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau2) e da o fermento (http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau5).
10. Representados com a cor azul escuro na rede unimodal; os artistas representados com a cor cinza escuro são aqueles sobre os quais eu não consegui obter essa informação.
Notas de Rodapé
1. Ver a documentação disponível em: https://tei-c.org/
2. Artista abordado no primeiro texto Aposta publicado pela Arte ConTexto (MOTTER, 2013a).
3. Ver a documentação disponível em: https://docs.basex.org/wiki/Main_Page
4. Ver a documentação disponível em:
http://graphml.graphdrawing.org/ e http://graphml.graphdrawing.org/primer/graphml-primer.html.
5. Uma tabela que contempla os títulos de cada texto, os autores, o ano de publicação, os artistas e/ou coletivos, os eventos e as obras desses artistas e/ou coletivos pode ser consultada em:
http://www.reseaux-sensibles.art/critiques/critiques_arte_contexto
6. A rede unimodal dos artistas-tema do corpus da Arte ConTexto pode ser visualizada de maneira dinâmica em: http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau3
7. A rede bimodal (BORGATTI; EVERETT, 1997) dos artistas-tema e dos autores do corpus da Arte ConTexto pode ser visualizada em: http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau2M3
8. William Kentridge, Eduardo Montelli, Raisa Torterola, Joice Rossato, Marcius Andrade, Maura Grimaldi e Teresa Siewerdt.
9. Isso pode ser observado na rede unimodal dos artistas-tema de Icônica (http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau4), da eRevista Performatus (http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau1), da Revista Desvio (http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau2) e da o fermento (http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau5).
10. Representados com a cor azul escuro na rede unimodal; os artistas representados com a cor cinza escuro são aqueles sobre os quais eu não consegui obter essa informação.
Referências Bibliográficas
BECKER, Howard. Les mondes de l’art. Paris: Flammarion, 2010.
BORGATTI, Stephen P.; EVERETT, Martin G. Network analysis of 2-mode data. Social Networks, v. 19, n. 3, p. 243–269, 1997. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0378873396003012 Acesso em: 7 out. 2021.
BURNARD, Lou; BURGHART, Marjorie. Qu’est-ce que la Text Encoding Initiative? 2015.
DEGENNE, Alain; FORSÉ, Michel. Les réseaux sociaux. 2. ed. Paris: Armand Colin, 2004.
FABRES, Paola. William Kentridge: uma fruição mais acessível. Arte ConTexto, v. 1, n. 1, jul. 2013a. Disponível em: https://artcontexto.com.br/artigo-edicao01_william_kentridge.html Acessado em: 14 dezembro 2023.
______. Um retrato em formação. Arte ConTexto, v. 1, n. 2, nov. 2013b. Disponível em: https://artcontexto.com.br/artigo-edicao02_retrato_formacao.html Acessado em: 14 dezembro 2023.
______. Arte ilhada: projeto de imersão social reflete também nossa realidade cultural. Arte ConTexto, v. 1, n. 3, mar. 2014. Disponível em: https://artcontexto.com.br/artigo-edicao03_eu-ilha.html Acessado em: 14 dezembro 2023.
______; MOTTER, Talitha. Projeto #Reabito: proposições artísticas para repensar a cidade. Arte ConTexto, v. 2, n. 5, 2014. Disponível em: https://artcontexto.com.br/artigo_reabito.html# Acesso em: 4 dez. 2023.
______. Quando a máquina atinge o sensível: considerações sobre a obra de Maura Grimaldi. Arte ConTexto, v. 3, n. 8, nov. 2015. Disponível em: https://artcontexto.com.br/artigo-edicao08_aposta.html Acessado em: 14 dezembro 2023.
______. Jardins também passeiam. Arte ConTexto, v. 4, n. 10, jul. 2016. Disponível em: https://artcontexto.com.br/aposta-edicao10_paola-fabres.html Acessado em: 14 dezembro 2023.
______; MOTTER, Talitha. Entrevista com a coeditora da Arte ConTexto Paola Fabres. Réseaux Sensibles, 22 out. 2019. Disponível em: https://resensibles.hypotheses.org/161 Acesso em: 11 maio. 2023.
FAGNART, Claire. La critique d’art. Saint-Denis: Presses universitaires de Vincennes, 2017.
HENNION, Antoine. La passion musicale: une sociologie de la médiation. Paris: Métailié, 2007.
LATOUR, Bruno. Changer de société, refaire de la sociologie. Tradução: Nicolas Guilhot. Paris: Éditions La Découverte, 2007.
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______. DesacomodAÇÕES em uma microcidade. Arte ConTexto, v. 2, n. 4, jul. 2014a. Disponível em: https://artcontexto.com.br/artigo-edicao04-talitha_motter.html Acessado em: 14 dezembro 2023.
______. |Camadas de Memórias // Sedimentações de Tempos|. Arte ConTexto, v. 2, n. 5, nov. 2014b. Disponível em: https://artcontexto.com.br/artigo-talitha_motter.html Acessado em: 14 dezembro 2023.
______. Tentativa de durar: de submergir e retornar. Arte ConTexto, v. 3, n. 5, jul. 2015. Disponível em: https://artcontexto.com.br/artigo-edicao07_aposta.html Acessado em: 14 dezembro 2023.
WINTER NOBLE, André; AZEVEDO REQUIÃO, Renata. Pequena carta a Elida Tessler. Arte ConTexto, v. 3, n. 7, jul. 2015a. Disponível em: https://artcontexto.com.br/texto-obra_07_andre_renata.html Acessado em: 14 dezembro 2023.
_____. Pequena carta a Walmor Corrêa. Arte ConTexto, v. 3, n. 8, nov. 2015b. Disponível em: https://artcontexto.com.br/texto-obra_08_andre_renata.html Acessado em: 14 dez. 2023.
_____. Pequena carta a Frans Krajcberg. Arte ConTexto, v. 4, n. 10, jul. 2016a. Disponível em: https://artcontexto.com.br/texto-obra_10_andre-renata.html Acessado em: 14 dez. 2023.
_____. Pequena Carta a Fan Ho, Fotógrafo Chinês. Arte ConTexto, v. 4, n. 11, nov. 2016b. Disponível em: https://artcontexto.com.br/texto-obra_11_andre-winter_renata-requiao.html Acessado em: 14 dez. 2023.
_____. Pequena carta a Marina Abramovich. Arte ConTexto, v. 4, n. 12, mar. 2017. Disponível em: https://artcontexto.com.br/texto-obra_12_andre-winter_renata-requiao.html Acessado em: 14 dez. 2023.
Referências Bibliográficas
BECKER, Howard. Les mondes de l’art. Paris: Flammarion, 2010.
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Lista de Imagens
Capa – Rede unimodal dos artistas-tema do corpus de críticas de arte publicadas pela revista Arte ConTexto até abril 2019, criada a partir do software Cytoscape. Disponível em: http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau3
Figura 1 – Rede bimodal que relaciona os autores do corpus de críticas de arte publicadas pela revista Arte ConTexto até abril 2019 e seus artistas-tema, criada a partir do software Cytoscape. Disponível em: http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau2M3
Lista de Imagens
Capa – Rede unimodal dos artistas-tema do corpus de críticas de arte publicadas pela revista Arte ConTexto até abril 2019, criada a partir do software Cytoscape. Disponível em: http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau3
Figura 1 – Rede bimodal que relaciona os autores do corpus de críticas de arte publicadas pela revista Arte ConTexto até abril 2019 e seus artistas-tema, criada a partir do software Cytoscape. Disponível em: http://www.reseaux-sensibles.art/reseaux/reseau2M3